Corra nossas almas fundas e os pensamentos do quarto
Que quero ver teu sexo no propósito cru do gosto
Siga decifrando minha carne, todas as palavras úmidas
Desse alfabeto de cio e diabo em noite que lê transpiração,
Esqueço propositadamente, aos pés da cama, alguma doçura
Para depois da truculência dos corpos
Falo!
Há gana vulcânica transbordando entre as pernas
- Objeto real que me impede de ser evidente –
Sussurro:
Sussurro:
Não tema, meu jovem! Não tema!
Queima, meu menino, qualquer censura na fenda feroz
Logo tudo parecerá pouco
Agora estou completamente e tanto desejo
Desejo de pira(ação), sem crânio, ato insano, volúpia
Fogaréu de madrugada sem escrúpulos e infâncias.
Educaram-me mulher e deram-me maçãs vermelhinhas
Tornei-me, com gosto e gozo, serpente
E meu veneno mata!
E meu veneno cura!
Faça visível a dor do teu corpo contente
Enquanto me submeto à voz bestial das entranhas
Deixemo-nos coitar latifúndio fundo povoarmo-nos!
Tuas mãos exigindo seios, ancas e covardias
Minha carne te devolvendo espasmos, bafos, febres
Estamos na distância mais próxima, pele sobre pele
E, aqui, os diálogos recusam profecias
Suma com esses desaforos do tempo
No quarto
Quero somente amor de macho e fêmea,
Que qualquer um que viva padece de medo
9 comentários:
Nao estou podendo ler sobre essas volupias, Ira, querida. Mata-me.
O sexo é primordial para existência humana. Abdicar dele, seria viver realmente entre fantasmas... Fenomenal poema!
a gramática do corpo, porque é tão necessário ser-se seiva de estrelas como sede de carne.
beijos, poeta de tantas inquietações e humanas certezas!
Educaram-me mulher e deram-me maçãs vermelhinhas
Tornei-me, com gosto e gozo, serpente.
E meu veneno mata!
E meu veneno cura!
Faça visível a dor do teu corpo contente
Enquanto me submeto à voz bestial das entranhas
UAU!!!!!
Que puta poema!!!
Você é mestra em me deixar boquiaberta....
Beijo, irada e queridófera*
Poema de sensualidade extrema, mas sem ferir a qualidade literária, que é excelente.
Parabéns pelo talento poético das tuas palavras.
Já não te lia há muito tempo, mas vejo que estás melhor que nunca.
Ira, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
há um verbo a conjugar
as texturas do corpo
beijo
Querida Ira, vc está cada vez mais Linda!
O poema valeu. É lindo e verdadeiro.
Beijo grande
Ira, minha linha aquariana!
Poemaço!
Recordei de: "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".
E assim é nossa alma e corpo.
Por vezes, cura; em outros, mata. Ora veneno, ora antídoto. Em pequenas drágeas ou pequenas mortes e outros tantos epílogos escritos em terminações nervosas.
Beijos!
PS.: Gatíssima! Não somente mérito do fotógrafo :)
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