E dos confins do mundo surge o livro com propósitos roubados
dos Deuses
Fogo água terra ar
Nasce a primeira palavra
Eis o homem!
Súbito todas as outras palavras se expandem em voragem e,
Debruçando fenômenos por todo chão, inauguram milagres
Eis a mulher!
Os dois verbos tentam leituras e seus bafos possuem o peso
da nudez
Ergue-se o pau a procura da dor, enquanto a buceta tem hora demoníaca
Conjugam-se em páginas barulhentas sob ameaça do golpe
mortal
O medo!
- Vem! Conceda-me um adjetivo seu que não me cegue
Diz o primitivo com seu alfabeto sôfrego
E a pródiga o olha com um silêncio medonho,
Mas estende-lhe a mão,
Porque já é tarde demais para anunciar sua sina
Escuridão!
7 comentários:
não sei
se é o relevo
do teu verbo
que se entesa
ou o relevo
da minha sina
que se assanha
e desperta
o desejo de estraçalhar
as carnes deste poema
(Joelma B.)
beijos,minha poeta brilhantíssima!!
Originalidade é a tua marca, amiga Ira. Tens estilo próprio.
Um abração daqui do sul do Brasil. Tenhas um lindo fim de semana.
Ah, tem livro aí que eu dispensaria, mas está aí...Já um seu, eu queria tanto, eu quero tanto, eu maria tanto ter em mãos... Você me representa na minha dimensão que, embora emudecida, é gritante em mim.
Beijos, amada!
wow!!!!!!!! forte e lindo, adorei!
http://umanjotriste.blogspot.com.br/
genesíaco-apocalítico: osmose no verbo, canto genial!!!
por detrás da verdade, somos todos sísifos e impossíveis.
Di-a-ba!!!
No escuro ou no claro tu dá conta do recado...
Outro beijo, irada*
Um livro cuja releitura sempre me atrai.
O encanto natural do que é primitivo.
Contundentemente poética. Gostei.
Bjo
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