Ele havia traído Baudelaire
No dia em que conhecera a bunda da outra
- sacro altar!
Sonhava-o tão intocável – gênio do mal -
Essa outra, mais filha da puta que todas antes, olhos
baixos
Usava-os rasteiros combinando com suas sinceridades
Costuradas num decote discretíssimo
Do vestido bem mais jovem que ela
A florzinha tinha gosto infinitamente triste,
Como a bad trip de cocaine e Jack Daniel`s
Ele disse para si, ainda sentado na sarjeta:
- as flores do mal não são tão mal assim, afinal!
Oh, gênio amedrontado das façanhas dos homens,
E belo como um só peixe em aquário, tua virtude
Sempre foi meu ideal! Agora, nesses dias, em que cuspo alto
Os amores imprudentes, meu esqueleto fragiliza.
E cego dos ouvidos entro em tua vida para exaltar
Esses flancos que me cessam. Respira-me!
Como um homem sem rancor que recuou do desfecho
Notório para o incógnito
A outra, o monstro, oculta engenhos sob as unhas e,
Ao primeiro sinal da presa confundida,
Suas garras saltam das carnes rasgando o que entorpeceu
Ele, se fazendo de inocente e o sendo, não via, mas sempre
soube
Baudelaire. Baudelaire. Aproxima-me das sepulturas dos
malditos
E deixe-me ouvir os lobos machos nas madrugadas pagãs
Porra meus olhos com socos, que estes já viram víboras
Surrupiarem sêmens de todos os homens, e por piedade...
Tire esse sorriso besta da boca!
7 comentários:
Nossa, que phoda! Bravo, bravo, bravo, poeta das vísceras!!!!
Beijos,
É... Ira,
como versa o dito popular:
"se isso é guerra, não quero a paz."
Beijos, poeta imensa que sempre me cala!
Efeito esse que tu tens, mulher!
"E vós, oh cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!
Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores."
bocage
lancinante, como todas as flores que, de tanto mal que apregoam, não conhecem outra devastação que a do bem. e mentem, na sua sacrofalsidade.
hoje, baudelaire fez-se ainda maior. beijos, poeta do ser inteiro, rasca e sublime como ele só.
Phodástica!
O dia que a poesia fez-se ira.
Beijo, queridófera*
Sempre há algo mais medonho que as flores do mal, fazendo o homem esquecer a poesia e a tristeza.
Recolher-se ao anonimato é a melhor forma de apreciar essa encantadora e terrível criatura.
Bjo
Muito bom, Ira!
Um beijo por esse poema que não tem nada de clássico, mas gostoso de ler.
Beijo
de torar
beijo
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