Dei a ele outro nome, um bom nome ardiloso,
Desses que damos aos homens para salvá-los
Quando tentam ser infernais já no inferno.
Amor! Meu amor!
Seu rosto, após longa olhada, sacudiu o pó da memória
Sobreviveu
- quantos rostos levantaram da cama apagando a noite?
Mixas trepadas! Homéricas fodas!
Súbito a mulher avançou forte como um milagre
- sempre tive essa praga no sangue -
E aguou sua cabeça e têmpera. Ele não tentou escapar feito rato
Era um homem cheio de mentiras - eu sabia!
No entanto, nada podia contra minha esfinge
Eu, sem qualquer palavra, o havia batizado de homem,
Simplesmente um homem e nada mais,
E todos os outros nomes adormeceram como deveriam
Adormecer diante de uma montanha
Em silêncio
Descansei os lábios naquele ouvido primitivo
Uma vez, a serpente sibilando
Sempre e de novo, e de novo, e de novo, à língua.
O veneno invadiu palavras dedos sangue,
Toda corja de coisas solitárias e famintas
Desatando os nós da censura, assim, como fazem os poetas,
Construí um tempo morto para vivermos do coração,
Sem ambulância ou materiais de primeiros socorros,
E nasceram feridas, constipações, insônias,
Pupilas dilatadas, suores, cheiros de pólvora e flores,
Outros dramas espartanos
Porém, por todas as noites cariocas, entre inferno e céu,
Ninguém jamais viu um registro de amor igual a este,
Deliberadamente, fatal e inesquecível
6 comentários:
Nossa, ainda não vi no face: que POEMA, heim? Eu me calo. Você é phoda.
Beijos,
PHODAAAAA! Te ler me emudece às vezes. Tá lá o poema e a moldura do silêncio: uma coisa!!!! Perfeita, minha poeta querida.
Beijos,
A Tania tem razão - Vc é phoda!
Beijo grande
A dois passos do nada
a carne em migalhas
se esvai na fumaça
sem propósito...
A propósito,Ira
suas palavras lavram a alma.
apocalipse: "e tudo que estava vivo na carne (...) havia se despedaçado" - haverá melhor forma de dizer quem somos, ira?
beijo-te essas mãos de magia sempre renovada!
uma fulguração para o caos
beijo
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