E dos confins do mundo surge o livro com propósitos roubados
dos Deuses
Fogo água terra ar
Nasce a primeira palavra
Eis o homem!
Súbito todas as outras palavras se expandem em voragem e,
Debruçando fenômenos por todo chão, inauguram milagres
Eis a mulher!
Os dois verbos tentam leituras e seus bafos possuem o peso
da nudez
Ergue-se o pau a procura da dor, enquanto a buceta tem hora demoníaca
Conjugam-se em páginas barulhentas sob ameaça do golpe
mortal
O medo!
- Vem! Conceda-me um adjetivo seu que não me cegue
Diz o primitivo com seu alfabeto sôfrego
E a pródiga o olha com um silêncio medonho,
Mas estende-lhe a mão,
Porque já é tarde demais para anunciar sua sina
Escuridão!