Guardo a palavra no bolso,
Essa faca afiada faz ameaças
Aos pulmões viciados
E um troço que vem e vai
À boca úmida resvala e tomba
No mundo que não sei existir
Real, igual ao leite jorrado
Das vacas e mães
Tampo os ouvidos
Com cheiros do temor meu
Dessa existência espetada
Em um parque mudo,
Mas vozes cegas já expandiram
Seus silêncios ardidos dentro
Da minha cabeça insone
Risco fósforos violentos
Resistindo ao escuro da inteligência
Espalhando sua noite eterna,
Os dedos sofrem queimaduras salgadas,
E chama alguma acende brancamente
A verdade
Estremeço!
A ponta da lâmina golpeia parte da superfície
Que sangra cada eco de letra
Dessa palavra homicida.
Vida!
7 comentários:
Amada poeta, o título guarda a intimidade com que vejo e sinto teus poemas. Teus versos sempre me assombram, pelo reflexo do que de mim não vejo, senão quando te leio. Talvez seja por isso que ame tanto a poesia? Pelo que cala em mim e pelo que vejo traduzido por almas como a tua? Conheci você via Jorge Pimenta. E, não sei, vocês (você e ele) são vozes fortes e emudecidas em mim. Guardam uma semelhança no mesmo indizível. E os amo tanto!
Beijos,
lembrei de uma coisa de acender
beijo
Um poema forte. Porém, belo, direto. Um diálogo real travado entre a alma e a psique dos que amam, se entregam... Amei!
Poemas sempre fortes e lindos, Ira!
Beijo grande
Eta ferro!
Mais afiada que lâmina em início de carreira...
Beijo, minha querida amiga e poeta Irada*
ah, este som de metal fundente a anavalhar a carne e os seus fantasmas raspados...
tão bem escrito
tão bem sintetizado
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