Se pudéssemos um toque,
Um leve roçar de lábios sobre a carne,
Nossas mortes seriam bem mais definitivas
E saberíamos a decadência das coisas possuídas
Esses pequenos suicídios que gozamos,
Quando apenas salivamos pensamentos de amor,
Não infectam os dias nem nossos espíritos
Com cacos irreparáveis dos vidros não opacos
Não! Porque são idéias de amor, imagens reclinadas
Sobre nossas vozes agarradas ao tempo eterno
- e uma idéia de amor é mais digna do que o próprio amor
Fora isso, tudo mais costuma atirar cabeças em paredes
Toma por exemplo este súbito momento em que estou amável
Não há quem possa melhor casar tua presença a minha do que
eu,
Eclipsada a ti numa oficina de estrelas e palavras. Ouça a noite!
Eis o instante em que uma mulher confessa meias-verdades
de amor
5 comentários:
Iracema, mais poema onde tu extravasa originalidade.
Um abração. Tenhas uma boa noite. Desejo-te um feliz Natal.
Hoje o "corte" ficou apenas por meia navalha, mas a intensidade das palavras foi forjada no mesmo caldeirão. Excelente, Ira!
Feliz Natal!
Beijo :)
um amor inteiro sufoca corações
beijo
Adorável! Texto feérico, igualmente elétrico, um eclipse anzol...
No beco vê-se os desejos de um Feliz Natal nas varandas do novo Ano.
Felicidades! Obrigado pelos textos.
Que sejam mais... mto mais...
"uma ideia de amor é mais digna do que o próprio amor" - quantas vezes é assim que se vivem os afetos?...
a impossibilidade: o porto e a ancoragem dos afetos inteiros.
beijinho!
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