Guardo a palavra no bolso,
Essa faca afiada faz ameaças
Aos pulmões viciados
E um troço que vem e vai
À boca úmida resvala e tomba
No mundo que não sei existir
Real, igual ao leite jorrado
Das vacas e mães
Tampo os ouvidos
Com cheiros do temor meu
Dessa existência espetada
Em um parque mudo,
Mas vozes cegas já expandiram
Seus silêncios ardidos dentro
Da minha cabeça insone
Risco fósforos violentos
Resistindo ao escuro da inteligência
Espalhando sua noite eterna,
Os dedos sofrem queimaduras salgadas,
E chama alguma acende brancamente
A verdade
Estremeço!
A ponta da lâmina golpeia parte da superfície
Que sangra cada eco de letra
Dessa palavra homicida.
Vida!