sábado, 21 de junho de 2014

Emboscada

Chorei tão miúdo
Uma, duas, três,
Algumas vezes
Raras lágrimas danadas,
Malvadas, doidas,
Doídas de algo que, talvez,
Não cabe em tempo algum
É o primeiro dia do inverno,
Há essa hora má,
E os miseráveis já estão pálidos
Minha cidade quer uma medalha de ouro
O mundo quer uma medalha de ouro
Mal sabem que seus pescoços
Pertencem aos vermes
E o ouro as emboscadas


5 comentários:

Unknown disse...

deste chorar miúdo
no cais do inverno
roda, fortuna, fado



beijo

Tania regina Contreiras disse...

Mal sabem que seus pescoços
Pertencem aos vermes
E o ouro as emboscadas

Nada a acrescentar: amo você poeta; amo você, poeta.

Beijos,

Cecília Romeu disse...

Um chorar miúdo que vale mais que muita medalha de ouro...
porque os olhos são nossos e a dor também, genuinamente, nossa.

Beijos, minha lindona Ira!
Com saudades da tua Poesia.
Preciso dela, viu?

Fred Caju disse...

Que foda, Ira!

Unknown disse...

A vida, assim como o ouro também pertence as emboscadas.
Como Grita este poema. Que bom.
Beijos!!