sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Raios Solares para Camaleões e Reis





E o sol segue, agora, e não antes ou depois,
Experimentando meu rosto vivido
De não importa o quê, pois o sol dá-se
A todas as coisas, fúteis ou sublimes,
Para o único fim de exagerar sua existência
Castiga e afaga, sem jamais conhecer os conceitos
De amor ou pecado, tudo que é visível e oculto
Neste dia que o pariu e que me pari, outra, inevitável
Existe, naturalmente, esta luz nua,
Sem imaginar estupidez ou fineza,
Porque é seu destino a cotidianidade
E, por fim, indiferente aos porquês
Abandona-se em tons lilases,
No mais íntimo momento do desconhecer-se
Dorme como vive: liberta!
Meu rosto, que não para de morrer,
Sabe respeitar esses privilégios
Das coisas indomáveis
Nesta hora humilde do desconhecer,
Jamais ousa uma expressão vã

7 comentários:

Unknown disse...

quantos capítulos da vida fiz verdade, capítulos a que dei nome, existência e corpo? uma palavra, talvez, um música, decerto um poema, uma mulher, um pouco desse tudo que é quase nada, terminando invariavelmente no trapo obscuro que "castiga e afaga" e a que chamamos esquecimento - a primeira e mais cruel forma de se deixar morrer. logo, o sol muda feições, gestos e pose a cada "desconhecer" ou não reconhecer. alguma vez aprenderemos a desmorrer? a memória que no-lo ensine.

beijos, querida ira!

Joelma B. disse...

tem letra que doira
tem letra que arde

e o sol se faz de sonso
quando furta a noite
do nosso caminho

Beijos, Irá mais que brilhante!



Tania regina Contreiras disse...


Caramba,Ira!!!!Privilégios (e mistérios) das coisas indomáveis...Sua poesia me dá sangue, mulher!!!!

Beijos,

Américo do Sul disse...

Como é bom ler vc.
Existe uma natural percepção das coisas fúteis e sublimes q vem e se vão. No íntimo sabemos q, indiferente aos porquês, o sol renasce e dá-se no estranho e desconhecido destino a q somos submetidos. De acordo contigo: o indomável ainda inominável, só não ousa a vã expressão.

Por fim, resta a emoção...

Brilhante, como sempre é tua escrita, minha querida amiga.

Cris de Souza disse...

Minha querida, tô pra ver uma poeta feito você...

Beijo, Iradíssima!

Jota Effe Esse disse...

É sábio não ousar uma expressão vã, seria inútil. Meu abraço.

Unknown disse...

o título é um achado
e o poema esta seara
de se perder sem/com/paixão




beijo