Quarenta anos depois,
No mesmo bar
Que servia arroz com Tatuí...
O gerente morto,
O cozinheiro trocado,
E, nunca ninguém viu mais
O bufão dono do bar
Nós dois que entrelaçamos, eternamente,
Dedos sobre a mesa desassossegada,
Muito longe das presenças
Sem a menor exatidão de existências,
Súbito perdemos os rostos e,
Por coincidência, no último beijo
E agora, quem é você calmo e triste?
E hoje, quem sou eu sem claridade?
As perguntas se movem até a parede
Tocando o espelho sem respostas
Somos dois estranhos,
Dois guardanapos amassados no tempo,
Constrangidos por extravios
E a procura das faces que foram pro lixo
Que ele não reparou
Que eu nem percebi
5 comentários:
Você não existe não, sabia? Uma viagem maravilhosa, um olhar para além, para além, para além de...
Beijos,
Desejos que também quero no meus passar de anos:
"Nós dois, que entrelaçamos dedos
Sobre a mesa desassossegada, eternamente,
Muito longe das presenças
Sem a menor exatidão de existências,
Perdemos os rostos,
Por coincidência, no último beijo"
e o poema, indiferente ao tempo, a pontuar rostos...
beijinho, querida amiga!
depois do tempo que houve
nos ouve a memória
beijo
Exatamente uma P O R R A D A! ! ! Amiga, sou um poeta obcecado pelo tempo, muito mesmo. Acredito piamente que o maior adversário da existência, do desejo humano de sempre "realizar", seja sem dúvida alguma, "o tempo"... Tenho sinceramente que lhe A P L A U D I R!
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