Uma batida na porta, apenas, e os
demônios infiltram
Seus chiados criminosos na carne
injusta
Pois, se já não me cabe o delito,
Porque a tentação?
O diabo me deixa falando sozinha!
Dobro as mãos que te querem e,
Deixando-as fora do alcance de
tua face,
Abro a porta com lábios culpados
Um convite quase velado de
beijo
Finge-se de boa pessoa, no
entanto,
A boca deixa escapar filetes de babas
E meus olhos sopram ventos
safados
Nas esquinas do seu país
Entra o homem com seus mitos e,
Belo na prosa que tempera com
pistas,
Apaga minha escuridão com sua
estrela.
Frente a frente nossa crueldade é
discreta
E segue derramando, minimamente,
confissões
Disparamos a primeira palavra
muda,
Antes das que não prestam,
Enquanto o tempo sai à francesa
Bem se sabe que um dia esse
equilíbrio cai
Caem farsas e roupas
E nos leva ao ridículo da verdade
Uma batida na porta, apenas,
O que pode haver de mal nisso?
7 comentários:
"O que pode haver de mal nisso?"
Ah, o que podehaver de mal em tantas coisas de aspecto inocente?
Beijo, Ira.
à porta
aporta
beijo
e a porta, em silêncio, a fazer-se escada de des[a]tino [in]definido.
beijo, queirda ira!
Apenas uma batida na porta... e tudo comienza.. os demonios podem passar...
Perfeto querida amiga, e desejo-le um bom final da semana.
O homem e seus mitos, o homem e seus medos.
beijos!!
Não há mal algum nisto, amiga! Linda prosa poética... Creio que o poeta tem a liberdade de oscilar entre bem e mal, verdade e mentira, Deus e o diabo... Parabéns!
De mal eu não sei, sei apenas que tão humano.
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