terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Os Entusiastas de Copacabana





Nuvens se apossam do céu como os homens de outros homens, mas nada sobrevive, nem nuvens, nem homens, nem outros homens, apenas o firmamento prossegue nas suas boas e más intenções, no mais, tudo é sofreguidão

Ah, Copacabana!

Sento-me ao lado de Carlos, nesta Atlântica circular avenida sem término, mesmo quando há relatos de tropeços

Dialogamos silenciosamente sobre nossos mitos, enquanto a poesia cai dos gestos modestos, porém, que ninguém se engane com tanta sobriedade, pois, no interno, há hospício de inquietos bebedores das suas próprias explosões, cada pausa de memória ilumina delírios atemporais – Epifania.

Tanta vida inexplicável nestas inspirações sem doma!

Os sentidos depuram, e depuram os espíritos, para que possam receber segredos de raízes profundas, para que possam ser alimentados por sua seiva grávida, neste ciclo interminável de renascimentos

Ah, poeta!

Como é bonito sentir as palavras dançando soltas dentro das nossas cabeças de baile, e o pulsar da canção genesíaca, na presença dos pensamentos herdados ou não.

É absolutamente sublime, a pele acesa, esta visão dos poemas ganhando corpos, os poros desapegando emoções e versos, num vôo irreprimível

O mar está em paz, aqui no posto 6, e agora, nossos olhos se distraem com os transeuntes desta orla neurastênica, todos tão indiferentes, que não percebem nossas almas entusiatas. 

4 comentários:

Unknown disse...

a visão dos poemas a ganhar corpos, lá onde os olhos desafiam a violência dos erros, até porque desejar nem sempre é querer.

im-pres-si-o-nan-te!

beijo, poeta!

Unknown disse...

sobre copacabana o mar que se avista, deslumbra, coisas tão bacanas para se entregar



beijo

LauraAlberto disse...

uma forma diferente esta

longe da Ira que eu tanto admiro

mas perto de outra Ira que começo também a admirar

que esse mar esteja também em ti, em paz

beijinho, poeta do caraças

dade amorim disse...

Nem todos percebem a presença de um poeta. Talvez para muita gente um poeta seja um ser até meio desprezível. Mas o texto é bem justo no que diz...
Beijos.