segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Num Piscar de Pensamento





Cochilo de pensamento.
Eis o instante mudo,
Absolutamente plácido.
Tímpanos calafetados,
Bocas desmaiadas,
Sem voz infiel ou ética,
Nenhum burburinho de demônio nos dedos,
Nada de espanto bíblico em cantos de olhos,
Pés sem arame farpado,
Nenhuma crosta inquieta corre a pele.
Há apenas dois corpos impedidos de vida,
Defuntos caídos de gozo,
Lado a lado,
O pau sem alma,
A buceta túmulo
E sobre eles,
O tempo do mistério faz barulho.

9 comentários:

Ira Buscacio disse...

Poeminha retirado do Faces do Poeta por motivo de saudade.
beijo pra quem passa!

Joelma B. disse...

silêncio pós gozo... a melhor morte!

já gosto dessas imagens que te dominam....

beijo, brilhante poeta!

Unknown disse...

petit mort


beijo

Domingos Barroso disse...

"o pau sem alma
a buceta túmulo"

êxtase! êxtase!


beijo carinhoso...

Nilson Barcelli disse...

Estás imparável.
Este poema é soberbo.
Parabéns pelo teu talento.

Ira, querida amiga, tem uma boa semana e um Feliz Natal, extensivo aos que te são mais queridos.

Beijinhos.

Cecília Romeu disse...

la petite mort, mas sem fim!

Ira, lindona!
lembro-me deste poema lá no Faces, não faço a mínima ideia o que comentei, mas fiquei aqui pensando... a cada releitura, um novo poema se descortina.

Beijão!

Unknown disse...

os incêndios mudos do tempo.

beijo, poeta dos [meus] vendavais!

Unknown disse...

ah, e sobre o faces: quem não tem saudades?

LauraAlberto disse...

lembro-me tão bem dele
e da foto

obrigada por voltares ao baú

beijinho