Abaixo da pele há alma medonha,
Essa anojada não afaga a própria face,
De tanto adivinhar o inimigo,
Seu próprio vexame
Abaixo da pele há alma desqualificada,
Nada hábil em trato viciado e urbanidade
Sempre viveu, intimamente,
Seu próprio manicômio
Abaixo da pele há alma que suporta
Setenta e sete mil torturas tenebrosas
E quem passa, ao largo, nunca ouve
Seu grito morto
Abaixo da pele há um espírito vivo de vergonha,
Que esconde sua inclinação cândida, dos homens,
Por temer ser, ainda mais, crucificado
9 comentários:
Creio que abaixo da pelo qualquer pessoa pode encontrar o pior e o melhor dela. Depende do que ela está a procurar.
Meu abraço, linda e tudo de BOM...
Ninguém ouve mesmo o grito morto dessa alma, o que é meio pena, meio crucificação. O que se sofre neste mundo é dose.
E o poema sempre vale a pena!
beijos, Ira.
Tenho te lido, Ira, com paixão, porque sua poesia me pega profundamente, mas também com um interesse grande nesses vários eus que se expressam. Toda boa poesia é "de verdade", bem sei; mas tem algo na tua que a torna marcante. Eu a releio e releio, na maioria das vezes. Assombrada. Há muito talento e muita sensibilidade. E verdades ditas de uma forma que me faz suspender a respiração, algumas vezes, quando a leio. Poeta. Marcada. Sem dúvida.
Beijos,
Debaixo da pele encontramos a verdade.
Beijos!!!
Espirito crucificado... vivemos pedacos do paraiso. O resto, sobrevivemos.
Um beijo grande.
Minha querida
Quantos gritos silenciosos existem em cada corpo...sempre intensa e maravilhosa e eu sinto-me pequenina para te comentar à altura do que escreves.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
abaixo da pele, a temperatura zera a reza,
beijo
dizem que há quem guarde esqueletos no armário
talvez eles se guardem debaixo da pele
beijinho minha poeta do caraças
depois da pele? somente a res-piração.
beijo!
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