quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Caminho de Rato





Este caminho de rato na quina da vida,
Vizinho ao canteiro de flores,
Não faz ruído nem com pensamentos
O silêncio não se move até o último passo,
Assim é O que trama

Sobre boca de astúcia, farsa,
A névoa espessa lhe proporciona aparência melancólica,
Essa, das casas acanhadas de abandono,
Inverno rigoroso congelando os ossos dos telhados,
Sobras de paredes perdendo peles,
Enquanto lágrimas pingam das infiltrações tristes

O efêmero quer prolongamentos, e sem ponderações,
Não se acanha em extravasar amor
Avança o primeiro passo, depois outro, e mais, e novamente,
Por fim, uma voz plagiando açúcar diz:
Um doce por um beijo?

Isca irresistível! Mel nas palmas das mãos,
Cubinhos de quimeras no prato de todo dia
E quem, por quase nada, não desejaria um banquete?
Rotina lambuzada de compensações,
Pop cake for two sem crueldades

Fim do caminho, o beijo, o bote, os ruídos,
Saltos, sobressaltos,
Dentes na jugular do passageiro
E um rato com espírito e corpo satisfeitos

8 comentários:

Anônimo disse...

Que venham os caminhos de rato...



Abraço Ira,
do Felipe

Tania regina Contreiras disse...

"O efêmro quer prolongamentos!"...Fico com isso.

Beijos, Ira

Unknown disse...

o rato sorrateiro assalta Roma e o rei ri em ruídos,



beijo

Américo do Sul disse...

Nos becos os ratos são mais claros q os leos pardos. Nos becos o irresistível mel dos desejos escorre nas maõs sem segredos. Nos becos não há saída... É viver ou vive-los...

CURUMIM DESIGN disse...

Somos todos ratos... buscando espírito e corpo satisfeitos!

Anônimo disse...

Muito muito bom

Nilson Barcelli disse...

A tua escrita tem evoluído e está num elevado nível literário.
Este poema, e não estou plagiando açúcar, é excelente. Parabéns pelo teu talento.
Ira, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.

Unknown disse...

quanto de nós é queijo? quanto de nós é rato, armadilha e veneno?

abraço, amiga de tantos dos meus poemas!