Amorzinho,
Há uma estaca que guardei só pra ti
Num fundo falso de armário
Acaricio-a, como faço em teu rosto
Odiando-a! Odiando-a!
Lamento destruir teu prazer
As mais sinceras intenções
Porém, meus ossos queixam-se
Dos anos fascistas,
Do medo que jamais abandou minhas costelas
Não me resta outra mão a te conceder, então,
A não ser a que cala tua camisa negra,
Esta com punhos de ferro em que ficas tão bem,
Nos dias em que rezo por teu óbito
É que teu coração, benzinho,
Já sofre de veneno e machado desde o tempo placentário,
Mas escondestes as surpresas, nas unhas,
Para cada ano de nossas vidas
Meses e meses de ódio e desvelo
No entanto, somente agora
Que tua boca já não mais disfarsa os caninos,
Eu te prometo, até que a morte nos separe,
O sabor da estaca em teu peito
E minha cruel alegria no olhar
13 comentários:
Que arraso!
Que intenso, que maldade, que olhar em cima da hipocrisia. AMEI!
Beijo, Ira!
Às vezes é preciso encontrar o tom para dizer verdades cruas... Uma carícia num tapa.
Beijos,
Demais mesmo, fiquei coloquei até um mestre na vitrola: http://www.youtube.com/watch?v=CiSb76vE8fE
que delícia cruel de carícia,
beijo
Muito bom minha amiga!!Aqui ja estou para acompanha-la saudades enormes!bjo
Há mortes que libertam...
Beijo, poetaça!
nem sempre o mel que nos cobre os desejos se faz tão doce assim... neorrima: amorzinho e estaca. o mais? porque nem só o que se ganha merece ser recordado..
beijos!
p.s. "e um terrível amor - pontapé estupendo,
tempestade de areia..."
herberto hélder
O amor e o ódio convivendo em total harmonia.
Forte e às vezes bem verdadeiro, Ira!
Beijo pra você.
Dizem que vingança é um prato que se come frio, mas quando se está com fome...
Beijos!
Suzana Guimarães - Lily
Ua-ha-ha...sinistro.
O ódio é uma espécie de amor. Ao revés. Não há ódio ao que nos é indiferente.
uma voz de veludo
com fogo na alma
...
esplêndido!
O importante é ter algo exclusivo. Se é amor ou estaca, não importa.
Muito bom.
Postar um comentário